A CONFISSÃO DE LÚCIO é uma das obras mais importantes de Mário de Sá-Carneiro porque contém três das suas obsessões dominantes: o suicídio, o amor pervertido e o anormal a avançar até à loucura, através da história dum triângulo entre Lúcio, Marta, e Ricardo – onde os estudiosos veem em Ricardo o outro de Lúcio, e Marta a ponte de ligação entre eles.
Apresentado sob a forma de uma confissão autobiográfica, um romance policial, a novela inicia-se com uma breve introdução, em que o narrador, Lúcio, ao assumir-se como autor, justifica o seu objetivo: confessar-se inocente após ter cumprido os dez anos de prisão a que fora condenado pelo assassínio dum amigo, Ricardo de Loureiro. O narrador promete dizer toda a verdade, mesmo quando ela é inverossímil, sobre essa morte ocorrida em circunstâncias misteriosas e sem testemunhas, mas considerada judicialmente como um crime passional. Por ser um texto de vanguarda, já que Mário de Sá-Carneiro empenhou-se na busca de novos significantes numa ruptura com o modelo centrado no código princípio-meio-fim, esta obra de ficção continua aberta a novos estudos e interpretações.
Editora Sétimo Selo
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