Naquele que é o mais conhecido de seus poemas (Autopsicografia), Fernando Pessoa escreveu: “o poeta é um fingidor / finge tão completamente/ que chega a fingir que é dor / a dor que deveras sente”.
José Enrique Barreiro toma o último verso dessa estrofe para dar título a seu novo livro. A apropriação não é indevida: ao longo dos poemas, ele revela, mais uma vez, sua inquietação com a substituição do ser pelo “vício da matéria”, deslocamento produtor de corpos sem alma, que “insistem procurar / no solar vazio / o paradeiro do rio / a correr enlouquecido / para o mar”.
Ao publicar A dor que deveras sente, seu quarto livro de poemas, José Enrique Barreiro nos oferece mais uma obra de elevada densidade espiritual, marcada pela pluralidade de estilos e pelo rigor com que trafega por todos eles com a mesma voz.
Editora Sétimo Selo
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