Em Instruções para os Criados, escrito em 1731, Jonathan Swift detalha o relacionamento dos criados com seus senhores num dos melhores exemplos do seu talento como satirista. Engraçado e cínico, cada conselho provoca reflexões preciosas sobre o cotidiano do início do século XVIII e sobre a natureza humana.nnSeu sarcasmo faz dessa paródia um relato imperdível da vida dos criados e dos seus dilemas, sobretudo em relação aos senhores. Com recomendações individuais para a conduta de cada criado, do mordomo ao cocheiro, suas hilárias sugestões às vezes beiram o absurdo. Aos lacaios, por exemplo, recomenda que não usem meias durante os jantares, em nome da saúde das senhoras presentes, pois o odor dos dedos dos pés é um bom remédio para melancolia. Insolentes e preguiçosos, os criados de Swift são um ótimo exemplo da perspicácia e do humor cáustico do autor, que, neste breve ensaio, um dos seus últimos trabalhos, desconstrói e satiriza o sistema social da época de maneira jocosa e cínica.nnPriscila CatãonnJonathan Swift nasceu em Dublin em 1667 de pais protestantes de origem inglesa. Em 1689 ele foi para a Inglaterra, onde trabalhou como secretário do diplomata William Temple, e conheceu Esther Johnson, que se tornaria a sua “Estrela" e a mulher mais importante na sua vida. Foi clérigo da Igreja da Irlanda e deão da catedral de São Patrício, Dublin. A obra-prima do autor, Viagens de Gulliver, foi publicada em 1726. Aos 75 anos, em 1742, foi declarado mentalmente incapaz. Swift morre poucos anos depois em 1745.
Editora Sétimo Selo
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