isturi metafÃsico. O médico das termas â primeiro tÃtulo da coleção Grandes Obras de Schnitzler â é mais uma prova de sua habilidade em analisar os instintos, as paixões humanas. Se em Crônica de uma vida de mulher Schnitzler, freqüentemente comparado a Freud, de quem antecipou idéias e de quem recebeu uma carta, em 1906, onde este confessava ser Schnitzler seu duplo criativo, revela a vida exterior e interior de Therese Fabiani, uma jovem austrÃaca de famÃlia decadente, aqui o objeto de sua análise é o doutor Emil Gräsler. Personagem que com sua profissão dá tÃtulo à novela, o doutor Gräsler é apenas o ponto de partida para avanços mais abrangentes no terreno da psicologia. Seu caráter é apresentado com precisão impressionante: seu egoÃsmo monstruoso, a indiferença brutal em relação aos sentimentos alheios mais profundos, o medo patológico de tomar uma decisão e a insegurança em relação a si mesmo. O fascÃnio do abismo, a suma importância do miúdo: tudo aparece. A incerteza paira sobre todas as ações do doutor e suas relações com as quatros mulheres que rondam seu destino. A primeira delas é Friederike, a irmã solteirona, sua governanta e um verdadeiro enigma; a segunda é Sabine, filha de um velho ator aposentado, e representa uma grande chance para o amor na vida de Gräsler; a terceira é Katharina, a doce moça do subúrbio. A quarta é quase um acaso, mas o imprevisto decisivo... Considerado imoral, Schnitzler escandalizou crÃticos e a eles deu a única resposta que considerava válida, a própria obra: âSe ela perdurar, vencesteâ. E ela persiste.
Editora Sétimo Selo
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