No livro que dediquei aos defeitos das crianças, insisti sobre uma noção, a meu ver, capital:
Um defeito, observava eu, não é uma imperfeição essencial ao ser; é, sim, um modo particular e anormal de reagir à exigências do mundo exterior. Revela uma dificuldade de adaptação.
E, em outro trecho, eu afirmava que os pais podem se lembrar que já foram crianças. Uma criança difícil é quase sempre uma criança que tem dificuldades. E não há razão de usar duas medidas: não vejo razão de recusar aos pais o que atribui às crianças. Com efeito, estou convencido que o pai ou mãe difíceis são pais ou mães que tem alguma dificuldade. Assim, não pretendo aqui fazer um inquérito: se é verdade que muitos defeitos da criança decorrem de atitudes, reações e comportamento dos que as geraram, não se poderia concluir, deste fato, que os pais sejam mais culpados, no caso, que os filhos.
Editora Sétimo Selo
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